O amor que me deste!
- Porque é que se vão embora tão cedo?
Ontem olhaste para mim e com o teu miar baixinho, me perguntas não vais "sofázar"? Ontem eu olhei para ti e respondi-te queres que vá para o sofá, não é?
Não fui... E hoje tu já não estavas.
Tu foste para lá, onde um dia te vou reencontrar.
Chegaste num dia de temporal, com o pêlo encharcado e suja de óleo, o teu corpo era ossinhos e os teus olhos eram mel, miavas e mal se ouvia, como se não quisesses incomodar, enroscavas-te nas minhas pernas e quando me baixava deitavas-te como um cão de barriga para cima, adorava festas na barriga. Foste tão meiga e trouxeste tanto amor, pegava-te e o meu coração ficava cheio do teu amor. Deitavas-te comigo no sofá, enroscada nas minhas pernas, nem te mexias para que eu nem notasse que ali estavas. E deste tanto na tua gratidão de saires da rua, de teres um prato de comida e uma cesta para dormir, não te roubamos a liberdade, mas era nossa a nossa, até um carro te roubar de nós. Hoje a manhã começou triste, pobre e numa mistura estupida de perguntas.
Fazes me falta e ainda agora te foste embora!
Não te queria perder, não desta forma, não já, porque foi tanto o amor e durou tão pouco tempo. Tivemos tão pouco tempo.
Minha Noah, ficarás aqui no quente do meu coração eternamente. Obrigada por todo o teu amor, pelas lambidelas e por me procurares para ir para o sofá. Foste o meu mel.
Até já!
Kuruka