Lutar pela vida
Hoje, muitas amigas minhas participaram da corrida pelo cancro da mama.
Uma em especial fê-lo por todas as mulheres que lutam pela vida, e fê-lo comigo no seu pensamento.
Esta extraordinária mulher sofre de uma doença pulmonar grave, que não tem cura, ainda! E caminhou 5 klm por todas as pessoas que sofrem ou sofreram desta doença e em especial por mim.
Pelas pessoas que " Lutam pela vida" e eu enquanto tenho esta doença nunca pensei que lutáva pela vida e pensei, eu estou a lutar pela vida, mesmo que para mim até ao momento, eu não estou a lutar por nada, eu não me estou a defender de nada, porque esta luta eu não vejo, neste momento eu tento esperar, e esperar resignada à espera que alguém venha arrancar esta coisa de dentro de mim. Não me sinto a lutar, não sinto que tenha ferramentas, nem espadas, nem pistolas e defeder-me do mal que me ataca! Mas eu estou a lutar pela vida! Na minha cabeça o lutar por alguma coisa, incluia ação, e este momento em que eu luto pela vida, eu não estou em ação, tento estar o mais serena possivel, enquanto aguardo resignada pelo telefonema que me vai dar a data para arrancarem a guerra do meu corpo!
A guerra que eu quero que saia. Quero me sentir novamente em paz. Porque apesar de muitos e muitos momentos na minha vida ter trocado as lágrimas por gargalhadas, porque dá muito menos trabalho rir que explicar o que te dói, agora nesta hora é mais dificil disfarçar as lágrimas, a rabujisse, as respostas tortas ou a falta de tolerância. Tento estar aparentemente o melhor possivel, mas esta guerra dentro do meu corpo e esta impotência é o pior, saber que tenho algo aqui dentro do meu peito a consumir-me é o pior. Neste momento é um lutar pela vida demasiado pacifico, demasiado silêncioso, demasiado parado.
Querida Maria, eu queria lutar pela vida se eu o pudesse fazer! Mas apenas me é permitido esperar!
Kuruka